Sunday, January 30, 2011

?Quién manda aquí?

Para o El Pais - a resposta é óbvia...

Friday, January 21, 2011

Já cá canta

De modos que...

Saturday, January 15, 2011

Stockhausen



« (...) Escusado será sublinhar que a peculiar energia criativa de Stockhausen procurava também novos modos de relação com o espectador (desencadeando novas atitudes de escuta) e, no limite, conceitos alternativos de palco e interpretação. No filme Stockausen in den Höhlen von Jeita (1969), de Anne-Marie Deshayes, podemos acompanhar a extraordinária experiência de fazer música nas lendárias grutas de Jeita, no Líbano, transfigurando o surrealismo (?) de um espaço natural numa inusitada sala de concertos. A experiência mais extrema e, por assim dizer, mais extremista surge na célebre composição de Stockhausen para... helicópteros! A sua preparação e execução está registada num filme que é, para todos os efeitos, um pequeno prodígio de cinema documental: Helicopter String Quartet (1996), de Frank Scheffer, acompanha o incrível trabalho de montagem de uma performance que coloca cada um dos elementos do Quarteto Arditti num helicóptero, voando pelos céus de Amsterdão. Dir-se-ia que assistimos à concretização de um projecto de engenharia mecânica (e sonora) que se vai transfigurando num envolvente acontecimento poético.

A certa altura, no filme de Scheffer, Stockhausen refere o facto de o ruído dos helicópteros integrar o registo da peça musical. E não o faz, como é óbvio, lamentando a sua "intromissão": o conceito da peça pressupõe a integração de tal ruído. Mais do que isso: Stockhausen proclama o desejo de apropriar os ruídos do mundo na sua música, em última instância encarando (ou habitando) o mundo como uma gigantesca composição musical. Tal atitude atribui ao artista um estatuto que, em tudo e por tudo, contraria a imagem "tradicional" do eremita mais ou menos fechado no seu território criativo. Stockhausen encara o mundo, não como o receptáculo da sua arte, mas sim como o território que importa ocupar, devolvendo-o à singularidade dos gestos artísticos. Músico, arquitecto, visionário
».

Por João Lopes @ DN

Saturday, January 8, 2011